KARACA OGLAN
( Turquia )
Poesia árabe
Século XVI
Para o leitor não orientalista, a literatura turca se resume à otomana e àquela da moderna Turquia. E, contudo, a literatura turca teve sua aurora no coração da Ásia, na distante Mongólia, no século VIII, e viveu além dos confins da Anatólia. Esses fatos emergiram lentamente, no curso de algumas décadas, em textos especializados. Somente hoje tornou-se possível traçar com certa amplidão as linhas da história literária turca, além dos limites geográficos tradicionais.
No curso de uma história milenar, os turcos, antes senhores, entre os séculos VI e VIII, de um vasto império na Ásia Central —sozinhos ou juntos com os mongóis —, dominaram países de antiga civilização como a Pérsia, a Índia, a Mesopotâmia, a Síria, a Anatólia, a Europa oriental e balcânica, a Arábia, o Egito, a Algéria, e cidades famosas como Samarcana, Bukhara, Isfahan, Deli, Tabris, Bagdá, Cairo, Meca, Damasco, Jerusalém, Moscou, Constantinopla, Atenas, Belgrado, Budapeste.
Nos séculos XV e XVI, o apogeu do poder turco, tanto a oriente como a ocidente, atingiu proporções inauditas. Nesse mesmo período, começa a parábola descendente de seus estados, vulneráveis pela extensão de seus domínios, ameaçados por inimigos implacáveis, empobrecidos pelo estado do comercio terrestre asiático, não participando, em virtude da barreira religiosa, dos progressos espirituais, sociais e técnicos do Ocidente.
Texto de Alessandro Bombaci, tradução de Silvia Amoedo.
TEXTO EM ÁRABE – TEXTO EM PORTUGUÊS
POESIA SEMPRE. Árabe Contemporânea. Número 24. Ano 13. Editor Marco Lucchesi. Rio de Janeiro: Fundação Biblioteca Nacional, 2006. 201 p. No. 10 368
Exemplar da biblioteca de Antonio Miranda.
TEXTO EM PORTUGUÊS
Tradução de SILVIA AMOEDO
Andei perdido por terras distantes,
sem descobrir do mundo sua estrada,
quantas rosas esparsas nos jardins,
nenhuma que lembrasse minha amada.
Dos homens não suporto a língua amarga,
nesses anos marcados de tristeza,
esperei a passagem da torrente,
nenhuma que lembrasse meu estado.
Deixei-me consumir em meio às chamas,
deixei-me bem cravar por um punhal,
eu tombei de coração trespassado,
não houve braço que me levantasse.
O mundo segue surdo aos meus apelos,
já não espero nada do destino,
minha alma apenas sabe o que me guarda,
língua não houve que me pronunciasse.
Qual rouxinol que geme de tristeza,
eu grito, e a rosa não me presta ouvidos,
ó morte amiga, diz Karaca O?lan,
vitória não conheço além da campa.
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Página publicada em abril de 2025.
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